No começo do século XIX, Salvador tem uma população de 46 mil habitantes, a maioria de analfabetos. Os poucos letrados recebem, a partir de 1808, um periódico produzido em Londres chamado O Correio Braziliense, que começa a ser enviado clandestinamente para o Brasil.
Considerado o primeiro jornal do país, este era a favor de uma monarquia constitucional e da libertação dos escravos, o que incomodava a Coroa portuguesa. Em retaliação, um outro jornal começa a ser veiculado na Bahia em 1811: o Idade d’Ouro do Brazil, conhecido como a Gazeta da Bahia. Este tinha sabor português, embora fosse o primeiro a ser editado em terras brasileiras, uma vez que defendia a Coroa e fidelidade à patria lusitana.
Além desses, jornais produzidos em Portugal começam a circular na Bahia também a fim de enaltecer a Metrópole européia. A sociedade baiana não se mostra contente: chamam o periódico O Semanário Cívico (1821) de “O Semanário Cínico”, por exemplo. Nesse mesmo ano, a censura existente sobre os jornais é suspensa e outros jornais pró-independência começam a circular, como O Diário Constitucional. O ambiente de debate não agrada a Madeira de Melo, governador de armas português. O brigadeiro ordena a invasão da sede dos jornalistas libertários, quebra os seus equipamentos e algumas pessoas são espancadas. Com isso, o número de jornais encolhe novamente, restando somente aqueles pró-Portugal contra O Constitucional, que não é mais diário.
Quando Salvador é militarmente tomada sob o comando de Madeira de Melo, vários senhores de engenho fogem em direção à Cachoeira, junto com alguns jornalistas importantes como Francisco Montezuma, redator d’O Diário Constitucional. Montezuma vai até o Rio de Janeiro e convence D. Pedro I sobre a importância de uma imprensa 100% brasileira – é enviada então uma tipografia completa com destino a Cachoeira. Durante o trajeto, a Esquadra portuguesa tenta interceptar os navios brasileiros que levavam o carregamento. No entanto, João das Botas, que viria a ficar famoso por sua coragem em alto-mar e heroísmo, é capaz de, com apenas um barco, enfrentar os onze navios portugueses e garantir a passagem segura dos brasileiros que traziam, além da tipografia, munições para o Exército brasileiro.
A Typographia Imperial e Nacional, como era chamada, leva para Cachoeira, a sede do governo independente, a efervescência dos jornais. O Independente Constitucional é o primeiro a ser produzido fora da capital baiana, embora também lá circulasse. Depois do 02 de julho de 1823, com a Independência da Bahia e a consolidação da Independência do Brasil, O Independente e a Typographia Imperial se mudam para salvador; Cachoeira, no entanto, segue sendo um polo jornalístico durante o século XIX.
O gosto dos baianos pelos jornais segue até hoje, e são três os jornais de grande circulação, sendo um deles destinado à população de baixa renda. O debate político pelos meios de comunicação também continua animado: Antônio Carlos Magalhães, dono de jornal e TV, foi Ministro das Comunicações de 1985 a 1990. O ex-Ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi vereador em Salvador e colabora regularmente com a imprensa baiana e nacional desde a década de 60, quando era um dos grandes nomes do movimento tropicalista.
Olá,
O meu tetravô Joaquim José Duarte Silva, comerciante na Baia, segundo o seu diário escreveu artigos na Gazeta Idade do Ouro Constitucional Baiense e precisa que escreveu no periodico “A Abelha” setenta e sete artigos mas com um pseudonimo que desconhecemos no decorrer de todo o ano de 1823
Será possivel saber mais sobre os artigos que escreveu nos jornais baianos ?
Muito obrigado e com os melhores cumprimentos
Antonio Duarte Silva